O Banquete do Primeiro Mundo

O Banquete do Primeiro Mundo
Författare
Förlag Recito
GenreUtländska berättare
FormatHäftad
Språk
Antal sidor476
Vikt759 gr
Utgiven2009-02-12
SABHl
ISBN 9789186207274
Köp på AdlibrisKöp på BokusKöp på BookOutletSök på Bokbörsen
Desde os tempos da “lenda” do Rei Arthur, fala-se sobre certo mistério envolvendo as Ilhas da Grã Bretanha. Um mistério que se esconde nas brumas das longas noites londrinas há muito tempo, muito antes da invasão dos Anglos e dos Saxões...

Havia muito tempo a fé cristã era levada a sério na pequena cidade de Garça, como os habitantes da grande cidade do Rio de Janeiro levam a sério o carnaval, o entrudo. Uns comemorando o Pecado, outros comemorando o Castigo.

A fazenda Santa Ricarda aos arredores da cidade de Garça dos anos ‘60 representava uma felicidade concreta. Mas, em pouco tempo, o pôquer levara Rodrigo Vallares a perder tudo o que possuía, até e inclusive sua própria vida. Desidéria Vallares e sua família mudam-se para a periferia da capital de São Paulo. Sua existência feliz e segura em Garça transformara-se num sonho distante. Vivendo agora sob a alusão de ter que ser impedida de ser feliz, ela tenta livrar-se de sua dificuldade de falar e de uma vida trabalhosa e medíocre, como se tentasse livrar-se de um emaranhado de arame farpado. Na sua luta pela sobrevivência, decide dar o fora de um país onde poetas bêbados superficiais impunham seu fundamentalismo incabível: ”As feias que me desculpem, mas a beleza é fundamental.”

Sem mais nada a perder, ela tenta recomeçar sua vida, após tentativas mal-sucedidas de suicídio, decide encarar os demônios nos olhos e enfrentar, com prazer, a luta árdua a caminho de informações concretas que a levariam à conclusão de que valia a pena viver, não importando as circunstâncias, não importando-se mais com o que viesse a temer.

Contudo, quando se teme verdadeiramente algo, o Universo inteiro conspira para que você se depare, mais cedo ou mais tarde, exatamente com o objeto de seu temor. A jovem gaga Desidéria desafia seus poetas conterrâneos, aprende a ser bela e sozinha foge para a Inglaterra, para aprender a falar (sem gaguejar) num outro idioma; distanciando-se cada vez mais da segurança longínqua de Garça, da vida complicada e infeliz da capital de São Paulo e daqueles que não sabiam que beleza pode ser, de fato, um estado de espírito.

Aparentando ser tudo o que não era e sem que tivesse a menor idéia, é perseguida assim que se instala em Londres, a velha e calejada capital, onde agentes responsáveis pela segurança nacional investigavam a entrada de todo brasileiro na Inglaterra do início da década de ‘80, devido ao maior roubo dos últimos tempos da Bretanha, cujo responsável conseguira refúgio no Rio de Janeiro.

Entretanto, qualquer suspeita de participação em crimes comuns desaparecia diante da importância das “provas” de que Desidéria fazia parte de planos altamente confidenciais, repassando informações sobre estratégias de ataques durante a insensata guerra entre a Argentina e Inglaterra pela posse das ilhas Falklands em 1982. Mas, quem acreditaria? ”Essa não! Brasileiro espião…, só se for descendente de russo ou alemão.”

Além do suposto esposo, duas pessoas acreditavam na sua inocência: o agente da MI-5 [Iteligência Militar, departamento 5] Joe Taylor e o jovem capitão e príncipe Henry Edmond. “Estamos numa pista insultantemente errada.”

O romance turbulento no casamento arranjado entre Desidéria e Roger Stanley (disfarçado como Richard Baker), seu envolvimento com o carismático agente Taylor, os enganos capazes de confundir profissionais capacitados, garantem um pedaço azul no torturante céu cinzento de Londres. Todavia, o céu londrino não era eternamente cinza. Mas, seria a bruma inglesa a tênue cortina que separa o mundo real do irreal, o abstrato do concreto?